Alguns anúncios são giros, outros nem tanto e outros ainda uma autêntica estupidez (pelos meus standards, claro). Hoje falo de dois casos : um anúncio para a prevenção rodoviária e outro para a integração de deficientes.
O dos deficientes refere-se a uma senhora que passa por vários sítios e vai ouvindo "poste ... poste" ou "obras ... obras", mas o meu preferido é "senhora com caniche ... senhora com caniche". O da prevenção tem uma canção do Variações "o corpo é que paga".
Pergunto eu, quantas pessoas vemos na rua a chamar a atenção de quem quer que seja para estes disparates ? Eu já vi chamar e chamei eu próprio a atenção quando vejo claramente que a pessoa não reparou : seja cega ou não !!! Melhor (ou por outra, pior), numa altura em que cada vez menos pessoas se ajudam umas às outras nós estamos a dizer que avisar uma pessoa cega que está um poste à sua frente ou um buraco das obras está ... errado ?!?!?
Eu ainda sou do tempo (hehe) em que ajudar uma velhinha a atravessar a estrada era sinal de respeito e bondade. Ainda bem que não tenho filhos pois agora é um acto de descriminação aparentemente ... O que está a dar agora é comprar um saco de pipocas e uma cola, e observar descontraídamente uma pessoa cega (mas não discriminada e devidamente integrada) apanhar com um camião TIR nas trombas ... mas ficar caladinho, ok ? Quando muito pensar em avisar "cuidado com o camião" mas relembrar o que aprendeu na TV ... shhhh
Já o da prevenção rodoviária tenta alertar para os perigos da condução desenfreada ao tocar uma bela canção do grande Variações "quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga, o corpo é que paga ...". Ora para quem teve a felicidade de ouvir esta canção poderá pensar se isto terá sido uma escolha feliz. É que logo a seguir letra diz qualquer coisa como "deixa-o pagar, deix-o pagar se tu estás a gostar". Faz-nos pensar qual será a mensagem que tentam passar ...
A malta até sabe que a intenção é boa e tal, e que os alvos do "senhora com caniche" talvez sejam mais institucionais e não o Zé Povinho (ou pelo menos assim o espero) e que a parte da canção que está lá é relevante. Mas é preciso ter um pouco mais de inteligência, principalmente porque devem estar a ganhar um balúrdio para fazer estes anúncios; para quem sabe a música a parte do deixa-o pagar se tu estás a gostar vem quase instantâneamente e isso é precisamente a mensagem oposta, não é ? Já o "obras ... obras" parece quase que se está a dizer que não se deve ajudar os deficientes ... mas isso também não me parece que seja a idéia também, certo ? Ou será ? Com este anúncio já não sei ....
Bottom line, o risco de ser mal-interpretado a larga escala é muito grande para se fazer estas palhaçadas e o dano ... esse demora muito a recuperar - é mais fácil e rápido estragar que construir por isso é preciso ter em atenção estes detalhes quando falamos de coisas tão sérias ... digo eu.
Pessoalmente, acho que quando vir uma pessoa deficiente quase a espetar uma cabeçada num poste ... vou ficar calado e observar apenas. Porquê uma atitude tão cruel ? Porque as associações deveriam ser os primeiros a ver e falar sobre isto e não eu. Se se calam então estão de acordo ...
O dos deficientes refere-se a uma senhora que passa por vários sítios e vai ouvindo "poste ... poste" ou "obras ... obras", mas o meu preferido é "senhora com caniche ... senhora com caniche". O da prevenção tem uma canção do Variações "o corpo é que paga".
Pergunto eu, quantas pessoas vemos na rua a chamar a atenção de quem quer que seja para estes disparates ? Eu já vi chamar e chamei eu próprio a atenção quando vejo claramente que a pessoa não reparou : seja cega ou não !!! Melhor (ou por outra, pior), numa altura em que cada vez menos pessoas se ajudam umas às outras nós estamos a dizer que avisar uma pessoa cega que está um poste à sua frente ou um buraco das obras está ... errado ?!?!?
Eu ainda sou do tempo (hehe) em que ajudar uma velhinha a atravessar a estrada era sinal de respeito e bondade. Ainda bem que não tenho filhos pois agora é um acto de descriminação aparentemente ... O que está a dar agora é comprar um saco de pipocas e uma cola, e observar descontraídamente uma pessoa cega (mas não discriminada e devidamente integrada) apanhar com um camião TIR nas trombas ... mas ficar caladinho, ok ? Quando muito pensar em avisar "cuidado com o camião" mas relembrar o que aprendeu na TV ... shhhh
Já o da prevenção rodoviária tenta alertar para os perigos da condução desenfreada ao tocar uma bela canção do grande Variações "quando a cabeça não tem juízo, o corpo é que paga, o corpo é que paga ...". Ora para quem teve a felicidade de ouvir esta canção poderá pensar se isto terá sido uma escolha feliz. É que logo a seguir letra diz qualquer coisa como "deixa-o pagar, deix-o pagar se tu estás a gostar". Faz-nos pensar qual será a mensagem que tentam passar ...
A malta até sabe que a intenção é boa e tal, e que os alvos do "senhora com caniche" talvez sejam mais institucionais e não o Zé Povinho (ou pelo menos assim o espero) e que a parte da canção que está lá é relevante. Mas é preciso ter um pouco mais de inteligência, principalmente porque devem estar a ganhar um balúrdio para fazer estes anúncios; para quem sabe a música a parte do deixa-o pagar se tu estás a gostar vem quase instantâneamente e isso é precisamente a mensagem oposta, não é ? Já o "obras ... obras" parece quase que se está a dizer que não se deve ajudar os deficientes ... mas isso também não me parece que seja a idéia também, certo ? Ou será ? Com este anúncio já não sei ....
Bottom line, o risco de ser mal-interpretado a larga escala é muito grande para se fazer estas palhaçadas e o dano ... esse demora muito a recuperar - é mais fácil e rápido estragar que construir por isso é preciso ter em atenção estes detalhes quando falamos de coisas tão sérias ... digo eu.
Pessoalmente, acho que quando vir uma pessoa deficiente quase a espetar uma cabeçada num poste ... vou ficar calado e observar apenas. Porquê uma atitude tão cruel ? Porque as associações deveriam ser os primeiros a ver e falar sobre isto e não eu. Se se calam então estão de acordo ...