Wednesday, January 23, 2008

Vidas

Hoje li um artigo, num daqueles jornais gratuitos, em que o jornalista chamava a economia actual de "economia de casino" em que quem produz e contribui para a melhoria de vida ganha mal e quem especula e porventura até não produz rigorosamente nada enriquece. De louvar : que um jornalista o tenha finalmente posto por escrito. De apupar : que os media, ao serviço dos grandes especuladores e também eles parte do pacote, apenas falem agora (que as coisas estão más) e não tenham falado antes (quando ainda não estavam tão más) - eu já refiro isto há quase 10 anos.

Em outras histórias o Ministro da Saúde "lamenta" a morte de (ainda) mais uma pessoa nas urgências de um hospital em circunstâncias estranhas e de aparente abandono. Pergunto eu se lamentar tem algum benefício escondido que eu ainda não descobri ? É que nos últimos tempos só ouço falar de caso após caso de incompetência hospitalar e o MS ... lamenta. Lamentar uma vez está certo, lamentar duas já abusa, mas lamentar uma dúzia de vezes em poucos meses e nada fazer para além do "lamento" ... é de lamentar !!

E para acabar este trio (parece uma série de terror que dava à uns tempos com 3 mini-episódios, hehehe) algo menos triste e meramente curioso : "MADE IN GERMANY". Sabiam vossas excelências que estas 3 palavritas eram obrigatóriamente inscritas em todos os produtos desse país, após a II Grande Guerra ? Pois é, esta foi mais uma das imposições dos Aliados de modo a informar os potenciais compradores que estariam a enviar dinheiro para os "monstros". Engraçado é que a qualidade e robustez dos produtos com este label teve precisamente o efeito contrário ... há coisas irónicas, não há ?

PS : Daqui a pouco vou assistir à derrota do SCP na TV. Sim, porque não sou um dos tótós que andam a pagar quotas para eles andarem a passear no meio do campo. E no domingo é outra cabazada :P. Ah, perdoem-me os tótós que porventura estejam a ler isto :-)))


Sunday, January 20, 2008

Sin City

Esta semana revi este filme e só tenho uma palavra a dizer : Excelente !!!

Para quem gosta de BD, e em especial Frank Miller, esta película é absolutamente imperdível. Tem tudo, desde as "mini-histórias" que em algum ponto se cruzam (muito à semelhança da realidade), passando pelo género narrativo "detective-style" e chegando às cenas paradas para permitir ao espectador/leitor apreciar o enquadramento e o desenho da "frame". Isto tudo misturado com o muito bem conseguido efeito preto-e-branco/côr alternado que permite fazer um realce muito maior dos aspectos que o artista permite transmitir.

A título de exmplo, a cena da Goldie, uma linda loura de lábios vermelhos que entra num quarto ranhoso em preto-branco realça uma série de coisas que seriam perdidas numa cena "normal" : o quão deslocada ela está ali ou o quão sensual e bonita é, entre outros. Quem diz esta diz o misterioso homem amarelo - que em contraste com o background a PB realça a asquerosidade do personagem (a côr amarela faz lembras doenças).

São várias as particularidades deste filme; já o vi duas vezes e adorei, e pelo que consegui perceber ... irei ver uma terceira ou quarta vez. É como ler uma BD muito boa, há sempre aspectos novos e pormenores ignorados que "passaram ao lado" das outras vezes.

Resumindo, mesmo mesmo ... Muito Bom !!!

Thursday, January 10, 2008

Eu Lenda

Fui ver este filme no Beloura, não foi no Cinemax (merecia mais do que o que lá estava IMO) mas a sala que fui era boa também. Confirmei a primeira opinião sobre estes cinemas - bom som e boa imagem mas é preciso não ficar muito à frente (única desvantagem nos cinemas - ver posts anteriores).

De resto a imagem estava excelente, e quem me conhece sabe que sou exigente nesse aspecto. Talvez por ser a versão digital ou não, o certo é que a definição estava mesmo muito boa.

Quanto ao filme, foi menos do que estava à espera; Will Smith coloca-me sempre em antecipação de um bom filme e as poucas imagens que vi antes (vulgo trailers) deixavam no ar a perspectiva de uma história interessante - mas falhou em algumas coisas - foi razoável mas podia ser bom.

A saber, e sem divulgar aspectos cruciais do enredo já que estragaria a experiência a quem ainda não viu, a "primeira parte" foi muito parada - demasiado remoída na tentativa de envolver o público. De resto pareceu que o director não conseguia transmitir uma idéia sem ser à martelada. Exemplo fulcral e triste disto é uma cena em que Will está embaraçado e envergonhado por não conseguir dizer "Olá" a um manequim feminino (sim, manequim desses de colocar as roupas em cima) - numa desesperada tentativa do director de mostrar a semi-loucura de estar completamente sozinho em NY. Não bate certo com o resto do comportamento e eu achei ridícula a cena, mesmo ridícula.

No geral existem muitas falhas lógicas básicas no filme, por exemplo, logo na cena de abertura Will não consegue acompanhar veados (inicialmente em linha recta e sem obstáculos) ao volante de um Ford Shelby Mustang GT500. Para quem não sabe esta viatura atinge a modesta velocidade de 155 milhas por hora (perto de 250 KMs/h) e porque é limitado de fábrica (oohhhh). Em terra a Cheetah é a mais rápida com 46 milhas por hora (1/3 do Ford). No entanto poucas cenas adiante já Will e seu cão conseguem acompanhar durante momentos o mesmo tipo de animal ... a pé.

Como esta existem várias mas para quem vai ver um popcorn movie isto não vai concerteza chatear. No geral o filme entretém mas não espanta. Se vale os mais de 5 euros ? Face à qualidade da imagem que vi ... sim. E com bom som algumas cenas são engraçadas para o salto na cadeira (que é sempre divertido).


Wednesday, January 09, 2008

Porque vejo cada vez menos TV e Telejornais

Acabei de ver o jornal na SIC, algumas notícias que chamaram a atenção, outras nem por isso. Enquanto ouvia ia pensando "bolas, é que não vale mesmo a pena"; entre notícias sem interesse (puro sensacionalismo) e outras sem qualquer preocupação jornalística (leia-se investigação e exposição de factos - versus palhaçada sensacionalista incompleta) a porcaria era a mesma. De facto se esquecermos um pouco a data do jornal, o conteúdo é quase o mesmo de há uns 5 ou 6 anos atrás.

Para dar cabo disto tudo, a mania idiota de estar desde o princípio a realçar uma notícia que só vai ser dada no final é ... irritante. Para não falar na parva (embora aqui os "jornalistas" ou o telejornal não tenham culpa) notícia de que Israel não vai aceitar tecnologias nucleares no Irão. Estão parvos ?!? Mais cedo ou mais tarde todos, espera, não fui claro concerteza, TODOS os países irão ter tecnologia nuclear. E porquê ? Porque é assim o progresso, sempre foi e sempre será. Se querem evitar o caos/conflito/guerra nuclear mundial (perdoem-me o realismo mas é inevitável mas pronto, podem sempre tentar) resolvam as diferenças - não façam exigências e restrições. Nunca mais aprendem estes parvos que andam sobre 2 pernas.

A cereja em cima do bolo foi a notícia maravilha. Tal e qual como foi anunciado : "Bastam 4 gestos por dia para prolongar a sua vida 14 anos, segundo estudo britânico". Pensei eu, 4 gestos ?!? Aí vem doideira... pensando, sei lá, em qualquer gesto ou posição yoga - algo que justificasse a notícia...

Os 4 gestos eram tudo ... menos gestos. Na verdade eram acções, enfim, nada de grave excepto em ... jornalismo. O primeiro gesto era fazer exercício físico como por exemplo andar (a partir daqui desliguei da notícia), outro era não fumar e outro não beber alcool em excesso. Acho que andava por aí o aumentar o consumo de vegetais.

Agora pergunto eu, esquecendo o pormenor de não serem gestos, porque raio é isto notícia ?!? Esta merda, desculpem mas dá vontade de dizer, é apenas senso comumque se sabe há umas boas dezenas de anos. É preciso dar no jornal ? Pior, é preciso um estudo ? Bolas ... tenham dó. Olha, já agora lancem aí uma notícia : "basta um gesto para viver eternamente", publicitem desde o princípio do telejornal e no fim ... digam "basta não morrer". Assim como assim vale tanto como a dada, serve para o mesmo e tem o mesmo rigor centífico ... e vai daí passa o tempo (que parece ser o objectivo dos telejornais de hoje em dia, ao contrário de informar)

Haja paciência ...