Se há coisa que nunca me deixou ficar mal são os meus instintos. Sempre que me parecia que algo estava errado esse fabuloso mecanismo embutido reagia ... e raras (se alguma) foram as vezes que se enganou.
Quem me conhece sabe que tenho inúmeros defeitos; desde a intensa paixão por tudo aquilo que faço (profissional ou pessoal) e que me leva a ser muitas vezes mal-interpretado; passando por uma aptidão natural de dizer o que penso abertamente e falar demais quando devia estar calado; até à quase completa inexistência de esperteza saloia, esse traço tão característico de um português de gema - que eu lamentávelmente não possuo. E digo lamentávelmente porque dá muito jeito nos dias de hoje.
Não os corrigi ainda (quase tudo pode ser corrigido, com algumas excepções) porque não as considero apenas defeitos : são também algo que me define - quem eu sou. E eu orgulho-me de quem sou (novamente, com algumas excepções :-) ) - mesmo que me prejudique. Não quero ser mais um João ou um Pedro...
Mas com a mesma rapidez com que digo sem qualquer reserva que não sou esperto e tenho muitos defeitos, também digo que sou bastante inteligente e compendo com virtudes noutras áreas (se há coisa que não sou é falso modesto). Não sou nenhum Eisntein (nem ele era, entenda quem entender) mas se juntarmos a esperteza com a inteligência e defeitos com virtudes, atinjo o ponto neutro (a natureza tem tendência a respeitar essa regra - balanço).
Esta ladaínha toda (cá está, falo demais) para dizer o quê ? Li de manhã um artigo num blog (ler blogs é bom porque nos ajuda a perceber um pouco as outras pessoas, e a aprender ...) em que uma amiga minha (e distinta colega Cris) "defendia" os brasileiros. Vindo eu do almoço, e quase de propósito, eis que tenho um episódio para contar :-))))
Fui a um restaurante que costumo ir e pedi o pernil (6.50), pedi também uma cervejola. No decorrer da refeição e porque o pernil vinha bem servido pedi mais uma bejeca. Terminei com um café. Nada de queijos, frutas ou sobremesas - essas coisas só de vez em quando (a fruta devia ser sempre mas já não havia apetite para isso).
Quando pedi a conta, a moça brasileira que começou a trabalhar lá à pouco, traz a conta : 6.9 + 2.5 + 1.2. Hummm, eu geralmente não olho muito para a conta porque tendo a confiar nas pessoas em geral (outro defeito que não mudo porque me orgulho dele : todos são inocentes à partida); mas às vezes o raio do instinto leva os meus olhos a conferir - isso ou o facto de sair um pouco do "normal" que pago (tenho colegas que SEMPRE conferem a conta, mesmo quando são bagatelas). Mas a conta havia sido feita naquele momento (ao invés de marcar num papel ou numa máquina, consoante os pedido vão sendo feitos) e era composta por apenas 3 itens; não há grande margem para erros.
Aquele valor, 1.2 Euros, não batia certo. Talvez porque o "Tico Tico" tenha a vergonha de levar 90 cêntimos por um café e o Valbom tenha subido para 85 recentemente, ou talvez por outra coisa qualquer. Que nem um lorde alemão apresentei o cartão com o intuito de pagar e muito calmamente perguntei (sem reclamar) : "1.2 é o café ?". Não reclamei porque eu não perguntei quanto era ao café antes de o pedir (mesmo que isso para mim não fizesse sentido nenhum), logo até podia ser 1.2 Euros. Tal como podia ser a cerveja, que também não perguntei o preço. O único que sabia era o do pernil - a refeição em si.
A moça brasileira, baralhou-se um pouco, que nem uma criança quando tenta "enganar" os pais e é apanhada. Às tantas lá corrigiu a conta e tirou 0.7 Euros dando uma série de tangas (à boa maneira brasileira). Isto tudo poderia ser um episódio comum, não fosse o tal factor "instinto". Isso ou o facto de conhecer muitos brasileiros e saber como pensam ... na generalidade, claro está, nem todos são assim.
Resumindo e baralhando, perde-se, perde-se muito em Portugal por causa de atitudes como estas. Em Munique (e cá está mais uma razão para perceberem porque gosto daquele sítio) isto também me aconteceu. Mas o próprio empregado corrigiu e voltou com um licor tradicional lamentando o sucedido e pedindo muitas desculpas (vi na carta, ao final da noite, que aquele licor custava 3 vezes mais que o engano mixuruca que ele havia efectuado).
Este relato serve para alguma coisa ? Prova alguma coisa ? Nahhh, claro que não. Mas isto é um blog, a idéia é relatar episódios que vão sucedendo e partilhar experiências - não ser um relato científico.
Cumprimentos
Quem me conhece sabe que tenho inúmeros defeitos; desde a intensa paixão por tudo aquilo que faço (profissional ou pessoal) e que me leva a ser muitas vezes mal-interpretado; passando por uma aptidão natural de dizer o que penso abertamente e falar demais quando devia estar calado; até à quase completa inexistência de esperteza saloia, esse traço tão característico de um português de gema - que eu lamentávelmente não possuo. E digo lamentávelmente porque dá muito jeito nos dias de hoje.
Não os corrigi ainda (quase tudo pode ser corrigido, com algumas excepções) porque não as considero apenas defeitos : são também algo que me define - quem eu sou. E eu orgulho-me de quem sou (novamente, com algumas excepções :-) ) - mesmo que me prejudique. Não quero ser mais um João ou um Pedro...
Mas com a mesma rapidez com que digo sem qualquer reserva que não sou esperto e tenho muitos defeitos, também digo que sou bastante inteligente e compendo com virtudes noutras áreas (se há coisa que não sou é falso modesto). Não sou nenhum Eisntein (nem ele era, entenda quem entender) mas se juntarmos a esperteza com a inteligência e defeitos com virtudes, atinjo o ponto neutro (a natureza tem tendência a respeitar essa regra - balanço).
Esta ladaínha toda (cá está, falo demais) para dizer o quê ? Li de manhã um artigo num blog (ler blogs é bom porque nos ajuda a perceber um pouco as outras pessoas, e a aprender ...) em que uma amiga minha (e distinta colega Cris) "defendia" os brasileiros. Vindo eu do almoço, e quase de propósito, eis que tenho um episódio para contar :-))))
Fui a um restaurante que costumo ir e pedi o pernil (6.50), pedi também uma cervejola. No decorrer da refeição e porque o pernil vinha bem servido pedi mais uma bejeca. Terminei com um café. Nada de queijos, frutas ou sobremesas - essas coisas só de vez em quando (a fruta devia ser sempre mas já não havia apetite para isso).
Quando pedi a conta, a moça brasileira que começou a trabalhar lá à pouco, traz a conta : 6.9 + 2.5 + 1.2. Hummm, eu geralmente não olho muito para a conta porque tendo a confiar nas pessoas em geral (outro defeito que não mudo porque me orgulho dele : todos são inocentes à partida); mas às vezes o raio do instinto leva os meus olhos a conferir - isso ou o facto de sair um pouco do "normal" que pago (tenho colegas que SEMPRE conferem a conta, mesmo quando são bagatelas). Mas a conta havia sido feita naquele momento (ao invés de marcar num papel ou numa máquina, consoante os pedido vão sendo feitos) e era composta por apenas 3 itens; não há grande margem para erros.
Aquele valor, 1.2 Euros, não batia certo. Talvez porque o "Tico Tico" tenha a vergonha de levar 90 cêntimos por um café e o Valbom tenha subido para 85 recentemente, ou talvez por outra coisa qualquer. Que nem um lorde alemão apresentei o cartão com o intuito de pagar e muito calmamente perguntei (sem reclamar) : "1.2 é o café ?". Não reclamei porque eu não perguntei quanto era ao café antes de o pedir (mesmo que isso para mim não fizesse sentido nenhum), logo até podia ser 1.2 Euros. Tal como podia ser a cerveja, que também não perguntei o preço. O único que sabia era o do pernil - a refeição em si.
A moça brasileira, baralhou-se um pouco, que nem uma criança quando tenta "enganar" os pais e é apanhada. Às tantas lá corrigiu a conta e tirou 0.7 Euros dando uma série de tangas (à boa maneira brasileira). Isto tudo poderia ser um episódio comum, não fosse o tal factor "instinto". Isso ou o facto de conhecer muitos brasileiros e saber como pensam ... na generalidade, claro está, nem todos são assim.
Resumindo e baralhando, perde-se, perde-se muito em Portugal por causa de atitudes como estas. Em Munique (e cá está mais uma razão para perceberem porque gosto daquele sítio) isto também me aconteceu. Mas o próprio empregado corrigiu e voltou com um licor tradicional lamentando o sucedido e pedindo muitas desculpas (vi na carta, ao final da noite, que aquele licor custava 3 vezes mais que o engano mixuruca que ele havia efectuado).
Este relato serve para alguma coisa ? Prova alguma coisa ? Nahhh, claro que não. Mas isto é um blog, a idéia é relatar episódios que vão sucedendo e partilhar experiências - não ser um relato científico.
Cumprimentos
4 comments:
E... que tenho eu de defender os brasileiros ??
Na percebi...
Eu tanto os defendo como ataco..e...essa esperteza saloia da moça...se fosse de um portuga daqueles de alguns restaurantes que conheço ainda seria pior...corrigia a conta..com cara mal encarada!!
Como faz quase sempre o sr. do quisque em frente à Nova Lisboa quando se engana a dar o troco (e não é que o coitado se engana quase sempre :-( )
lol, tá escuro no quiosque e ele não vê :-))).
O comentário dos brasileiros é porque andeia a cuscar num dos blogs que tens no favoritos e tinhas lá um comentário sobre os taditos dos brasileiros que se vêm gregos para conseguir um empréstimo :-).
Mas não deixas de ter razão, se fosse um(a) tuga era logo umas grandes trombas, hehehe.
PS: Daqui a pouco vem a Bruna dizer que está contra :-))))
Viva o cor-de-rosa que vende mais que o vermelho !!! (hihihihi)
Boa historia,buz. Vais me por a desconfiar mais, o que e bom, nos restaurantes...
Ainda bem que descobriste o engano.. eu tenho azar , os ultimos que tenho descoberto são ao contrario, eu e que perco :)
Bruna
também já aconteceu ... não incluirem algo que consumi. E eu também falo "olhe, esqueceu disto ou daquilo" ...
Eu aprendi esta de conferir a conta com um amigo da Insa num restaurante (Valbom) que é como o quiosque da Cris, muuuuito escuro e eles taditos enganam-se dia sim dia não :-))))
Surpreendentemente (ou não) as "tascas" é onde se enganam menos e os restaurantes mais "finos" onde se enganam mais .... :P
Post a Comment